terça-feira, 1 de outubro de 2013

REFLEXÃO ACERCA DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA DA TERAPIA OCUPACIONAL NO BRASIL

No contexto sobre a terapia ocupacional e a produção de conhecimento temos um artigo publicado na revista de Terapia Ocupacional da USP: "Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira" de Fátima Corrêa Oliver.
Trata-se de um texto que propõe o estudo da produção bibliográfica na Terapia Ocupacional, visto que é algo bastante discutido devido ao número escasso de pesquisadores que produzem e compartilham o conhecimento.
Um dos levantamentos realizados mais recentemente sobre as pesquisas em Terapia Ocupacional foi feito em 2010. Os Grupos de Pesquisa da Área de Terapia Ocupacional Cadastrados no CNPq até 2010 eram 26, já em 2013 pudemos observar um aumento, para 33*. Pode-se observar que a maior concentração dos grupos de pesquisa é na região Sudeste totalizando 84%. “A criação de Grupos de Pesquisa no Diretório do CNPq parece estar intimamente ligada à expansão do ensino de graduação em terapia ocupacional em Instituições de Ensino Superior, notadamente em universidades públicas. Observa-se que 50% dos atuais grupos surgiram entre os anos de 2008 e 2010, fato que pode estar vinculado ao Programa REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que criou, entre outros, cursos de graduação em terapia ocupacional em diferentes locais do país.” (LOPES, 2010).
Existe ainda uma falta de financiamento para as pesquisas, apenas parte dos grupos recebe financiamento do CNPq. “Ainda no âmbito do acesso ao financiamento de pesquisa no que tange ao CNPq, a área dispõe de, apenas, quatro Bolsas de Produtividade em Pesquisa, demonstrando o precário reconhecimento de sua ação em pesquisa por esse órgão de fomento.” (LOPES. 2010).
Na pesquisa também são estudados os artigos publicados tanto em âmbito nacional quanto internacional e sua qualificação, os artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais e os indexadores, os artigos publicados e avaliados por qualidade, e vários dados em relação à essa produção.
Para a avaliação da produção intelectual foi criado um sistema de classificação denominado Qualis CAPES (OLIVER, 2008). Inserido nesse sistema, a Terapia Ocupacional integra, juntamente com a Educação Física, Fisioterapia e Fonoaudiologia, a área 21 da CAPES.

Esse sistema, utilizando-se do numero de “citações de artigos da revista realizados na própria revista em determinado período” (OLIVER, 2008) classifica os periódicos publicados em Qualis Internacional A, B e C e Nacional A, B e C.

A produção bibliográfica em Terapia Ocupacional entre 2001 e 2007, atingiu um crescimento de 105% do número de artigos publicados tanto em periódicos estrangeiros como em nacionais.  Esse crescimento é resultado de aumento de publicação em periódicos nacionais, nas bases de dados como Lilacs e SciELO.

Os artigos publicados encontram-se dispersos em 88 periódicos (15 estrangeiros e 73 nacionais), o que divulga a área em diferentes campos do conhecimento, mas também dificulta a consolidação dos periódicos de Terapia Ocupacional nacionais (OLIVER, 2008).
É através das revistas e cadernos, que se torna possível a divulgação, constituição e consolidação da produção científica dos pesquisadores em terapia ocupacional, os quais têm extrema importância na construção dos periódicos. É necessário que esse processo de produção continue obtendo progressos para que possibilite a inclusão da terapia ocupacional em bases de dados de acesso livre (OLIVER, 2008).
A reflexão trazida é interessante visto que embora ainda seja considerada pouca a produção de conhecimento na área, há um caminho que foi feito até aqui e que deve ser considerado conforme as dificuldades e os limites existentes.


Referência Bibliográfica


OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, maio/ago. 2008.

Postagem feita por : Bárbara Aniceto, Evellin Miyamoto e Gabriela Migliato.

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