REFLEXÃO ACERCA DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA DA TERAPIA
OCUPACIONAL NO BRASIL
No
contexto sobre a terapia ocupacional e a produção de conhecimento temos um
artigo publicado na revista de Terapia Ocupacional da USP: "Pesquisa e
produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre
parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira" de Fátima Corrêa
Oliver.
Trata-se de um
texto que propõe o estudo da produção bibliográfica na Terapia Ocupacional,
visto que é algo bastante discutido devido ao número escasso de pesquisadores
que produzem e compartilham o conhecimento.
Um dos
levantamentos realizados mais recentemente sobre as pesquisas em Terapia
Ocupacional foi feito em 2010. Os Grupos de Pesquisa da Área de Terapia
Ocupacional Cadastrados no CNPq até 2010 eram 26, já em 2013 pudemos observar
um aumento, para 33*. Pode-se observar que a maior concentração dos grupos de
pesquisa é na região Sudeste totalizando 84%. “A criação de Grupos de Pesquisa
no Diretório do CNPq parece estar intimamente ligada à expansão do ensino de
graduação em terapia ocupacional em Instituições de Ensino Superior,
notadamente em universidades públicas. Observa-se que 50% dos atuais grupos
surgiram entre os anos de 2008 e 2010, fato que pode estar vinculado ao
Programa REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que criou,
entre outros, cursos de graduação em terapia ocupacional em diferentes locais
do país.” (LOPES, 2010).
Existe ainda
uma falta de financiamento para as pesquisas, apenas parte dos grupos recebe
financiamento do CNPq. “Ainda no âmbito do acesso ao financiamento de pesquisa
no que tange ao CNPq, a área dispõe de, apenas, quatro Bolsas de Produtividade
em Pesquisa, demonstrando o precário reconhecimento de sua ação em pesquisa por
esse órgão de fomento.” (LOPES. 2010).
Na pesquisa
também são estudados os artigos publicados tanto em âmbito nacional quanto
internacional e sua qualificação, os artigos publicados em periódicos nacionais
e internacionais e os indexadores, os artigos publicados e avaliados por
qualidade, e vários dados em relação à essa produção.
Para a avaliação da produção intelectual foi criado um
sistema de classificação denominado Qualis CAPES (OLIVER, 2008). Inserido nesse
sistema, a Terapia Ocupacional integra, juntamente com a Educação Física,
Fisioterapia e Fonoaudiologia, a área 21 da CAPES.
Esse sistema, utilizando-se do numero de “citações de
artigos da revista realizados na própria revista em determinado período”
(OLIVER, 2008) classifica os periódicos publicados em Qualis Internacional A, B
e C e Nacional A, B e C.
A produção bibliográfica em Terapia Ocupacional entre
2001 e 2007, atingiu um crescimento de 105% do número de artigos publicados
tanto em periódicos estrangeiros como em nacionais. Esse crescimento é resultado de aumento de
publicação em periódicos nacionais, nas bases de dados como Lilacs e SciELO.
Os artigos publicados encontram-se dispersos em 88
periódicos (15 estrangeiros e 73 nacionais), o que divulga a área em diferentes
campos do conhecimento, mas também dificulta a consolidação dos periódicos de
Terapia Ocupacional nacionais (OLIVER, 2008).
É
através das revistas e cadernos, que se torna possível a divulgação,
constituição e consolidação da produção científica dos pesquisadores em terapia
ocupacional, os quais têm extrema importância na construção dos periódicos. É
necessário que esse processo de produção continue obtendo progressos para que
possibilite a inclusão da terapia ocupacional em bases de dados de acesso livre
(OLIVER, 2008).
A
reflexão trazida é interessante visto que embora ainda seja considerada pouca a
produção de conhecimento na área, há um caminho que foi feito até aqui e que
deve ser considerado conforme as dificuldades e os limites existentes.
Referência Bibliográfica
OLIVER,
F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia. Rev. Ter. Ocup. Univ.
São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, maio/ago. 2008.
Postagem feita por : Bárbara Aniceto, Evellin Miyamoto e Gabriela Migliato.
Postagem feita por : Bárbara Aniceto, Evellin Miyamoto e Gabriela Migliato.
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